Fatos inquietantes sobre a peste negra que varreu a Europa

Publicado por siterjturismo em

Uma das pandemias mais devastadoras a causar estragos no mundo foi a peste bubônica do século XIV.

a peste negra varreu a europa enquanto os mortos eram jogados em valas comuns

O coronavírus forçou muitas pessoas a refletir sobre a história do mundo e encontrar conforto no fato de que a humanidade já sobreviveu a doenças antes. Uma das pandemias mais devastadoras a causar estragos no mundo foi a peste bubônica do século 14, também conhecida como Peste Negra.

Acredita-se que tenha começado na Ásia e viajado para a Europa via Itália

Existem várias teorias sobre as origens da Peste Negra que devastou o mundo no século XIV. Nos tempos medievais, alguns acreditavam que a conjunção de três planetas no ano de 1345 causava uma ‘grande pestilência no ar’.

Agora é geralmente aceito que a doença foi causada por uma bactéria em pulgas transportadas por roedores terrestres, incluindo ratos. Os historiadores acreditam que a praga começou na Ásia e se espalhou para a Europa através de navios mercantes genoveses que viajaram de Kaffa na Crimeia para a Sicília e depois para Gênova, Veneza, Pisa e o resto da península italiana.

Depois que a Itália foi infectada, a doença se espalhou na direção noroeste. Logo, França, Espanha, Portugal e Inglaterra foram atingidos pela praga, seguidos pela Alemanha, Escócia e Escandinávia. Também chegou à Rússia em poucos anos. Havia algumas partes da Europa onde a praga era menos comum, incluindo áreas da Bélgica e da Holanda.

Os sintomas eram horríveis

Infelizmente para qualquer um dos milhões que foram atingidos pela praga, os sintomas foram brutais e horríveis. A febre era um dos principais sinais da doença, que vinha acompanhada de dores de cabeça, náuseas, vômitos e dores nas articulações.

O outro sintoma mais comumente relatado foi a presença de bubões semelhantes a tumores, cheios de pus e sangue. Eles se formariam no pescoço, na virilha e nas axilas. Junto com os bubões, alguns doentes ficaram cobertos de manchas e erupções cutâneas que se pensava serem causadas por picadas de pulgas. Isso confirma que, além de mortal, a praga também foi extremamente desconfortável e dolorosa, mesmo para aqueles que acabaram sobrevivendo a ela.

Estima-se que a maioria das pessoas que contraíram a peste bubônica morreriam em oito dias se não fossem tratadas. Algumas vítimas até morreram dois dias após serem infectadas.

Pode ter matado até 200 milhões de pessoas na Eurásia

As fatalidades exatas como resultado da praga não são claras devido à falta de registros oficiais. Mas a maioria dos historiadores concorda que milhões foram mortos após contrair a doença. Estima-se até que 200 milhões de pessoas perderam suas vidas na Eurásia, reduzindo significativamente a população mundial e a da Europa em particular.

As evidências mostram que até 60% da população europeia pode ter sido exterminada nos quatro anos que a praga levou para se espalhar pelo continente. Cidades como Paris e Florença experimentaram uma redução dramática no número de habitantes, assim como Hamburgo. Só em Londres, acredita-se que houve cerca de 62.000 mortes entre 1946 e 1353.

As cidades mais populosas eram mais suscetíveis, enquanto as áreas isoladas ou que não praticavam tanto comércio e interação com outros assentamentos não eram tão atingidas. A doença continuou a se espalhar e causar estragos porque as pessoas da época tinham uma compreensão muito limitada da importância da higiene. As condições costumavam ser sujas e ideais para alimentar uma pandemia. Na época, fatores como água potável insalubre e piolhos generalizados contribuíram ainda mais para a disseminação.

Surtos continuaram a aparecer até o século 20

Infelizmente, a peste bubônica não ficou no século XIV. Surtos da doença continuaram a aparecer até o século 20, com períodos particularmente ruins entre os séculos 14 e 17 na Europa e no Mediterrâneo. Durante a pandemia do início de 1600, diz-se que só a França perdeu um milhão de pessoas.

A praga apareceu pela primeira vez na América do Norte no início do século 20, com San Francisco sendo atingida entre 1900 e 1904. Hoje, a doença é tratada com antibióticos, inseticidas e uma vacina contra a peste, embora haja casos relatados de formas da bactéria que são resistentes a drogas. Ainda em 2017, houve outro surto da peste em Madagascar que matou 170 pessoas.

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