Hidrovias da Flórida sob ameaça de algas tóxicas
O governador Rick Scott declarou estado de emergência para sete condados, pois a proliferação de algas verde-azuladas tóxicas se estendeu por vários cursos d’água.
O governador Rick Scott declarou estado de emergência para sete condados da Flórida como resultado da proliferação de algas verde-azuladas tóxicas que se estendeu do lago Okeechobee ao rio St. Lucie na costa leste e ao rio Caloosahatchee perto de Fort Myers.
O gabinete do governador diz que a proliferação se espalhou para ambas as costas porque o Corpo de Engenheiros do Exército descarregou água contendo algas tóxicas do Lago Okeechobee para vários rios e estuários.
Após chuvas intensas, o Corpo liberou milhões de galões de água do lago para aliviar a pressão em uma represa. Okeechobee, no entanto, está cheio de produtos químicos e nutrientes do escoamento agrícola e de desenvolvimento, que, juntamente com as temperaturas quentes, criaram as condições perfeitas para a proliferação de algas.
O estado de emergência permite que o Departamento de Proteção Ambiental (DEP) e o Distrito de Gerenciamento de Água do Sul da Flórida ignorem várias restrições e transfiram o excesso de água para áreas ao sul do lago. O governador ordenou que o DEP conduza mais testes de água e estabeleça um programa de concessão que permitirá a limpeza das águas cheias de algas.
As algas verde-azuladas são um tipo de bactéria conhecida como cianobactéria, que depende da luz solar para florescer. As cianobactérias podem se reproduzir em todos os tipos de água e geralmente não são visíveis. As populações se espalham rapidamente em águas quentes e ricas em nutrientes, fazendo com que camadas de algas se espalhem pelos cursos de água. O lago Okeechobee registra a proliferação de algas anualmente, mas este ano a proliferação cobriu 90% do lago de 730 milhas quadradas.
“As condições atuais no lago Okeechobee destacam o desafio de equilibrar as múltiplas ameaças ao público – aquelas associadas às enchentes ao redor do lago que estão provocando a liberação de água e aquelas associadas à possível exposição a jusante a toxinas de algas na água liberada contendo cianobactérias, ” disse a Dra. Diane Mas, REHS/RS, associada da empresa de consultoria em engenharia civil e ambiental Fuss and O’Neill.
Embora a maioria das algas verde-azuladas não sejam tóxicas, certas florações, como as da Flórida, liberam toxinas que podem causar irritação na pele, problemas respiratórios e envenenamento dos nervos e do fígado. Se os animais encontrarem água cheia de algas, isso pode ser fatal. Sinais de alerta foram colocados nas vias navegáveis da Flórida, informando os residentes a não nadar ou consumir peixes de águas infestadas. A proliferação de algas também afetou o turismo na Flórida, com guias turísticos de pesca e passeios de barco cancelando viagens.
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica afirmou que a proliferação de algas tóxicas se multiplicará à medida que as temperaturas aumentam como resultado da mudança climática, embora o governo federal diga que ainda são necessários estudos para determinar se a proliferação de algas está se tornando mais comum. Os residentes da Flórida, no entanto, continuam preocupados ao ver as flores se estendendo.
“Enquanto as condições que encorajam a formação de floração estiverem presentes – poluição por nutrientes, altas temperaturas e águas relativamente calmas – essa ameaça persistirá”, disse Mas.
