Incêndios destroem Museu Nacional do Brasil e conteúdo inestimável

Publicado por siterjturismo em

O Museu Nacional do Brasil foi destruído depois que um grande incêndio envolveu o prédio no fim de semana passado, devastando milhões de artefatos de valor inestimável.

Incendios destroem Museu Nacional do Brasil e conteudo inestimavel

O Museu Nacional do Brasil no Rio de Janeiro foi destruído depois que um grande incêndio envolveu o prédio no fim de semana passado, devastando milhões de artefatos de valor inestimável. Embora as chamas tenham sido extintas, os ânimos ainda estão exaltados nas ruas, onde manifestantes e a polícia local travam uma batalha amarga.

O museu, que abrigava mais de 20 milhões de artefatos, não relatou nenhum ferimento, embora o dano seja incalculável. Na segunda-feira, os protestos começaram depois que a mídia noticiou que o incêndio foi resultado de cortes de gastos do governo, que deixaram o museu desprotegido.

“Esse incêndio foi causado por vários anos de descaso do governo federal”, disse Caio, estudante de antropologia que estudou no museu. “O departamento de antropologia passou por cortes orçamentários absurdos do governo federal nos últimos dois anos. Só na minha classe, foi cerca de 70 por cento.”

O vice-diretor do museu acredita que essa tragédia já está acontecendo há algum tempo. “Nunca tivemos apoio adequado”, disse ele, acrescentando que a equipe havia alertado a instituição de que poderia ocorrer um incêndio.

“Dadas as dificuldades financeiras da Universidade Federal do Rio de Janeiro e de todas as outras universidades públicas nos últimos três anos, esta foi uma tragédia que podia ser vista”, disse Marina Silva, atual candidata presidencial no Brasil, à BBC.

Enquanto isso, um porta-voz do corpo de bombeiros do Rio de Janeiro disse que dois hidrantes do lado de fora do museu não tinham pressão para funcionar corretamente. O corpo de bombeiros teve que recorrer à retirada de água de um lago próximo.

A equipe do museu ficou esperando por um milagre para salvar o que restou do museu. “Vai sobrar muito pouco”, disse à Agência Brasil o diretor de preservação, João Carlos Nara. Nara diz que o museu terá que esperar até que os bombeiros terminem seu trabalho para avaliar a quantidade exata de danos que o incêndio causou.

O ministro da Cultura do Brasil, Serguio Sá Leitão, já anunciou planos para reconstruir o museu. “Esperamos iniciar uma campanha internacional para mobilizar colecionadores que estariam dispostos a doar ou vender suas coleções”, disse ele.

Infelizmente, o que foi perdido não pode ser substituído. O museu era a instituição científica mais antiga do Brasil e um dos maiores museus de história natural e antropologia do mundo. Localizado dentro do parque da Quinta da Boa Vista e instalado no Paço de São Cristóvão, o museu foi a antiga residência da Família Real Portuguesa entre 1808 e 1821. Abrigou também a Família Imperial Brasileira entre 1822 e 1889, e a Assembleia Constituinte Republicana de 1889 a 1891, antes de se tornar um museu em 1892.

O Museu abrigava animais fossilizados, insetos, minerais, coleções aborígines de utensílios, múmias egípcias e artefatos arqueológicos sul-americanos, meteoritos, fósseis e inúmeras outras descobertas. O centro continha mais de 20 milhões de objetos de várias culturas e civilizações antigas. O acervo da instituição, reunido há mais de dois séculos por meio de expedições, escavações, aquisições, doações e trocas, foi subdividido em sete categorias: geologia, paleontologia, botânica, zoologia, antropologia biológica, arqueologia e etnologia.

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